Você é um capitão que está na cabine a “ver navios” ou você está no comando da sua “embarcação”?
Coisas que você não escolhe interferem na sua trajetória. Mas há coisas que você pode escolher e se você não fizer a escolha, elas podem te prejudicar.
“Eu sempre pensei em cursar medicina, mas vou fazer direito, porque meu pai é um renomado advogado e posso passar no vestibular, e ganhar dinheiro mais rápido.”
Você pode comandar o seu “transatlântico”, mas você não controla o oceano, ventos e tempestades. Lembra do filme Titanic?
O preparo técnico te ajuda a “navegar” com mais segurança. Por exemplo, estudar línguas, evitar vícios, refletir, boas referências… desenvolvem possibilidades.
Essas possibilidades te levam a novos caminhos, sem “becos”, como os vícios fazem. Dessa forma, você aumenta sua probabilidade de atingir o que você define como sucesso.
Sucesso que às vezes pode soar estranho, pois Vicent Van Gogh, pintor holandês, não vendeu quadros em vida, apenas após a sua morte.
Logo, percebemos que não podemos controlar a “direção dos ventos” na busca pelo sucesso, mas podemos reorientar nossas “velas”.
O General Romano Pompeu tem uma frase que diz: “Navegar é preciso, viver não é preciso.” Isto é, você pode aceitar que há um destino, como também pode não o aceitar.
Essa é uma construção particular de cada um. Tem gente que deixa o “vento levar”, outros que buscam o “vento” para tomar um sentido.
Na busca pelo possível controle de uma situação, as escolhas moldam uma direção. A pergunta é: Chegando lá, eu sei quem eu sou?
Para a Teologia Judaica, “Eu Sou o que Sou.” Essa alegação, não traz informações sobre o sujeito, portanto não existe um predicado.
E todo predicado é excludente, ou seja, elimina outras opções. “Eu sou psicólogo, portanto, não sou médico.”
A percepção de escolha possui mais convicção, quando se encontra um sentido. Afinal, a escolha não é um momento estático no desenvolvimento da pessoa.
Toda escolha implica em responsabilidades e em consequências. Qual profissão você vai seguir? “Ah, o Sr. que sabe!”
Quem assume essa escolha, exerce uma responsabilidade. Então, quem vai se responsabilizar, se a opção não for bem sucedida?
Quando escolhemos algo, abdicamos de outras possibilidades. Inclusive, até as escolhas feitas com reflexão, não estão isentas de sofrimento.
Observa-se assim, que não exercemos uma autonomia absoluta durante a nossa existência, mas, por outro lado, também não sofremos uma imposição absoluta.
Se alguém faz por você uma escolha, ela pode ser “boa”, porque você obedeceu. Mas você desobedeceu quem?
O senso do dever traz uma conotação de que “eu vou fazer, porque tenho que fazer.” “E é bom que eu faça.” É o papel da submissão como forma de “salvamento”.
Não seria “aprisionamento”?
É difícil fazer as próprias escolhas e ter que assumi-las. “Eu sou assim, porque quero ser assim.” Quem deve te julgar?
A inquietude leva a sermos exigentes conosco e a buscarmos novas preferências. Quando você escolhe a profissão “X”, abdica, naquele momento, das demais letras do “alfabeto profissional”.
Portanto, toda escolha contém abdicação e implica em perda. Devemos aceitar o “luto” das não feitas, mas podemos viver das futuras escolhas.
O fato de toda escolha implicar a exclusão das demais opções, não quer dizer fracasso. O certo é que, o que somos e como somos é resultado, em boa parte, das escolhas que fazemos.
Qual é a sua escolha de hoje?
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